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Contratar especialistas fazia sentido antes da IA — agora os generalistas vencem, e Portugal precisa adaptar-se
venturebeatDec 20english
Tony Stoyanov, CTO e cofundador da EliseAI. Nos anos 2010, empresas de tecnologia em Portugal e na Europa perseguiam especialistas de nível staff: engenheiros backend, cientistas de dados, arquitetos de sistemas. Esse modelo funcionava quando a tecnologia evoluía devagar. Especialistas dominavam sua arte, entregavam rápido e construíam carreiras em bases previsíveis como infraestrutura em nuvem ou o último framework JS. Depois, a IA tornou-se mainstream, acelerando mudanças que impactam diretamente a economia portuguesa, com o setor tech de Lisboa e Porto a sentir a urgência de formar generalistas adaptáveis para manter a competitividade na União Europeia. O ritmo de mudança explodiu. Novas tecnologias surgem e amadurecem em menos de um ano. Não se contrata alguém com cinco anos de experiência em agentes de IA, pois a tecnologia não existia há tanto. As pessoas que prosperam hoje em Portugal não são as de currículos mais longos; são as que aprendem rápido, adaptam-se rápido e agem sem esperar direções. Esta transformação é mais evidente na engenharia de software, que evoluiu mais dramaticamente, afetando empregos e formação nas universidades portuguesas. Como a IA reescreve as regras: A IA baixou a barreira para trabalhos técnicos complexos e elevou as expectativas de expertise real. A McKinsey estima que até 2030, até 30% das horas de trabalho nos EUA possam ser automatizadas, com 12 milhões de trabalhadores a mudarem de funções — um aviso para Portugal, onde o desemprego jovem e a dependência de tech skills exigem reskilling urgente para cidadãos e empresas. A profundidade técnica ainda importa, mas a IA favorece quem resolve problemas sobre a marcha. Na minha empresa, vejo isso diariamente. Engenheiros que nunca tocaram em código frontend agora constroem UIs, enquanto frontend devs migram para backend. A tecnologia facilita, mas os problemas complicam-se ao abranger mais disciplinas, desafiando as PMEs portuguesas a priorizarem versatilidade. Nesse ambiente, excelir numa só coisa não basta. Importa ligar engenharia, produto e operações para decisões rápidas, mesmo com informação imperfeita — crucial para o crescimento económico de Portugal na era digital. Apesar do entusiasmo, só 1% das empresas se consideram maduras em IA. Muitas em Portugal ainda usam estruturas antigas: aprovações em camadas, roles rígidos e dependência de especialistas que não saem da sua lane, travando a inovação local. Traços de um forte generalista: Tem amplitude sem perder profundidade. Mergulha fundo em um ou dois domínios mas flui em muitos. Como David Epstein diz em Range, “Temos pessoas com todo o conhecimento da humanidade no telemóvel, mas sem ideia de como integrá-lo. Não treinamos em pensamento ou raciocínio.” Expertise surge de ligar pontos, não só acumular info — vital para profissionais portugueses a navegarem a globalização. Os melhores generalistas partilham: Propriedade: Responsabilidade end-to-end por resultados, não tarefas. Pensamento first-principles: Questionar pressupostos, focar no objetivo, reconstruir se preciso. Adaptabilidade: Aprender domínios novos rápido e transitar suavemente. Agência: Agir sem aprovação e ajustar com nova info. Soft skills: Comunicar claro, alinhar equipas, focar necessidades clientes. Range: Resolver problemas variados e tirar lições cross-contextos. Priorizo accountability nas minhas equipas. Todos sabem o que detêm, como é sucesso e como liga à missão — modelo que startups portuguesas devem adotar para competir. Abraçar a mudança: Focar em builders adaptáveis mudou tudo. São pessoas com range e curiosidade para usar ferramentas IA, aprender rápido e executar com confiança, beneficiando a sociedade portuguesa ao criar empregos mais resilientes. Se és builder que prospera na ambiguidade, é a tua era. A era IA recompensa curiosidade e iniciativa mais que credenciais — oportunidade para jovens portugueses. Se contratas, olha à frente. Quem avança a tua empresa pode não ter o CV perfeito, mas cresce com a evolução — essencial para a economia de Portugal. O futuro pertence a generalistas e empresas que confiam neles. Lê mais dos nossos guest writers. Ou submete o teu post! Vê guidelines aqui.




